FRIDAY 632: Berlindes da vida

Olá 

Era uma vez um berlinde. Esta é uma história, que guardo no livro das memórias que o dinheiro não compra.

Em novembro de 2019, num encontro profissional, conheci o Ruy, um amigo muito querido, que nunca vejo, porque vive na Galiza. 

Ao jantar, ficámos na mesma mesa e a propósito de encontros especiais, o Ruy contou-me que anos antes, numa outra conferência, havia recebido um berlinde de um senhor sul africano. Berlinde que guarda até hoje. 

Explicou-me que aquele senhor tinha uma grande taça onde guardava muitos berlindes, um por cada semana que lhe restava de vida. E que todas as semanas oferecia um, a uma pessoa diferente, para que nunca se esquecesse e passasse a mensagem, que todas as nossas semanas devem ser muito bem vividas.

Achei a história fantástica. Todos sabemos que o nosso tempo é limitado e que o devemos aproveitar o melhor possível, mas às vezes parece que nos esquecemos e que deixamos apenas os dias passar. Nós não queremos “matar” o tempo.

Então atirei: e se fossemos também nós embaixadores deste projeto e partilhássemos os nossos berlindes com o mundo? O Ruy achou ótima ideia e com o entusiasmado o projeto ganhou forma. Ali mesmo, tiramos esta fotografia para marcar aquele momento histórico.

Um berlinde por semana que dá mais sabor à vida.

 

 

Um mês depois chegou o Covid e por um bom tempo, este projeto ficou em “banho-maria”.

Felizmente há uns meses o Ruy veio me espicaçar: “então, sempre vamos avançar?” 

E o plano entrou novamente em ação. Entre encomendas e entregas, “pouca-terra, pouca-terra”. Estes berlindes percorreram de comboio a Ásia e a Europa até chegarem a Vigo. Já não faltava tudo para chegar a Lisboa. Passado um par de semanas, mais precisamente ontem, o Ruy fez chegar às minhas mãos os tão desejados 2250 berlindes. E aqui estão eles: os berlindes da minha vida. 


Ontem mesmo ofereci o meu primeiro berlinde. E a partir da próxima 2a feira, todas as semanas, tal como o Ruy, também eu vou passar a levar comigo um berlinde no bolso. 

Estou certa de que esta nova rotina me vai deixar mais ciente da importância de celebrar sempre a vida, e como bónus vou poder saborear o momento em que tenho vontade de oferecer a alguém especial, uma semana da minha existência, e partilhar novamente esta história.

 

Será que há mais pessoas a repartir pelo mundo os seus berlindes da vida? Em que países e cidades? 

Se gostou deste projeto, divulgue pelo mundo e faça também desta a sua história. 

Estas são experiências que guardamos e que o dinheiro não compra.

“Viva la vida”. Obrigada Ruy.


E agora sim, tenha um excelente fim-de-semana. 

Com amizade, 

Marta Coelho

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